quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sexo Verbal

O espetáculo Sexo Verbal, em cartaz na cidade de São Paulo, questiona os desejos e frustrações nas mais diversas formas de amar, tendo como cenário uma grande festa cheia de luxúria e prazer. A peça aborda temas como romantismo; falsa moral; religião; homossexualidade e homofobia; conservadorismo e moralismo.

A proposta do trabalho é a constante interação com os expectadores. No início somos recepcionados de forma calorosa pela anfitriã da festa, uma ex-prostituta que nos convida a dançar e se esbaldar na noite. Por um momento até nos esquecemos que estamos numa peça e começamos a interagir com o elenco.

As expressões corporais, a proximidade com o público, a emoção e a excelente qualidade dos textos selecionados são os pontos fortes da peça. A todo o momento os atores se relacionam com o público e falam de forma muito sensual/sexual ao pé do ouvido dos presentes, e em outros momentos aos gritos, sempre espontâneos e verdadeiros.

No encerramento é levantado um questionamento sobre os amores de hoje, ciberneticos, e em tom de indignação perguntam: “Que amores são esses?” Nesse momento também é dada a oportunidade para o público se pronunciar e refletir nos encontros e desencontros do coração e a falta de entrega na paixão.

O roteiro é fruto de compilações de textos de autores consagrados como: Caio Fernando Abreu, Paula Taitelbaum, Tati Bernardi, Rodrigo Levino, Marcelino Freire e João Silvério Trevisan, com direção de Áurea Kapor. Na apresentação do dia 17/01, será incluído no roteiro o texto “Desobediência Sexual” do queridíssimo Ricardo Aguieiras. Vale à pena conferir.

Serviço

Local: Casarão do Belvedere. Rua Pedroso, 267.
Horários: de sexta a sábado, às 21h
Informações: tel.: (11) 3266 5272
Ingressos: R$ 20
Recomendado para maiores de 18 anos
Em cartaz até 24 de janeiro

1 comentários:

Águeda Macias 16 de janeiro de 2009 às 13:41  

Ricardo,

também tenho minha birra com a teoria queer, acho que ela poder ser muito útil para gente se unir mais dentro do mundo lgbt mas, em relação ao "mundo hétero", é mais uma forma da gente não se posicionar politicamente... é muito fácil falar "somos todos queer!" quando, para os héteros, todo mundo é hétero e os "queer" são doentes ou pecadores.

Acho que a gente perde muito quando se esconde atrás de coisas como "o mundo é lindo, todo mundo pode ser tudo, viva o queer, não vamos nos rotular gays!". Acho que ir contra o rótulo é ir contra as nossas conquistas...

Sobre a fluidez da sexualidade, bom, eu acho que ela pode sim ser fluida para algumas pessoas, mas nunca no sentido de escolha. Acho que muita coisa afeta a sexualidade de alguém, de fatores sociais a experiências afetivas. Você pode ser um 6 perfeito, tenho vários amigos que também o são, mas conheço uma penca de gente que transita aí pelo meio que não se identifica como bissexual simplesmente. Enfim... acho que o importante é aceitar que estamos fora do padrão e lutar pelos nossos direitos.

Desculpa a verborragia aqui também =) Esse é um assunto que não se esgota nunca!

Beijos.