quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Guerra de Clara

O livro “A Guerra de Clara” conta a história da família da jovem judia Clara Schwarz, hoje Clara Kramer. Na Segunda Guerra Mundial, a família Schwarz vivia na Polônia, na pequena cidade de Zolkiew. Nas mais de 300 páginas do livro, são denunciados os abusos cometidos contra os judeus, que eram obrigados a abrir mãos de seus sonhos, propriedades e familiares.

O destino de Clara foi alterado graças a um anti-semita, que aceitou ajudar a família de Clara e outras famílias que se abrigaram num esconderijo construído pelos próprios refugiados na casa dos Beck. Nos 18 meses que os judeus ficaram com suas vidas a cargo da família Beck, foram inúmeras ocasiões que suas vidas ficaram expostas às mãos sangrentas dos alemães nazistas. A mãe de Clara, que a incentivou a registrar tudo o que a família passou quando permaneceu escondida, queria um documento para denunciar tudo o que a eles sofreram por conta de fatores racistas e religiosos. No final da guerra, uma comunidade de cinco mil judeus que viveram na cidade de Zolkiew, foi reduzida para pouco mais de 50.

O livro é comparado pela imprensa internacional com os “O Diário de Anne Frank” e a “A Lista de Schindler”. Essa comparação se deve ao fato de “A Guerra de Clara” ser baseado num diário, assim como o livro de Anne Frank, e o fato de Clara ser salva por Beck, um anti-semita que tinha fortes ligações com o partido nazista, assim como Schindler, que também pertencia ao partido. Histórias como as de Clara Kramer, Anne Frank e Oscar Schindler merecem serem evidenciadas nos quatros cantos do Mundo. Nunca poderemos deixar que o Holocausto e a sede de extermínio do exército alemão para com o povo judeu sejam esquecidas. Hoje o Holocausto é um motivo de vergonha para a Alemanha, esperamos que essa vergonha nunca entre no esquecimento, pois, enquanto ela existir, o Mundo saberá que mortes como a de Anne Frank e de muitos parentes de Clara Kramer, servem como caráter denunciativo para a humanidade. Nunca poderemos esquecer que existiu o Holocausto contra um povo indefeso.

Hoje, Clara Kramer é uma octogenária, vive nos EUA e dedica sua vida à educação sobre o Holocausto. Em 1982, Clara ajudou a fundar o Holocausto Resource Center, que é uma associação que educa anualmente 1200 professores em história do Holocausto e redução do preconceito. O diário original de Clara encontra-se no Museu do Holocausto dos EUA. Há anos, li “O Diário de Anne Frank”, foi uma história que me deixou extremamente abalado, assim como a história de Clara. Infelizmente Anne Frank não teve a mesma sorte de Clara e dos 1200 judeus salvos por Oscar Schindler, porém, não tenho dúvidas que Anne Frank também teria dedicado sua vida à educação sobre a História do Holocausto frente ao Instituto Anne Frank - instituto que tem representação no Brasil - assim como fez Clara Kramer.

Dados técnicos

Nome do livro: A guerra de Clara
Autores: Clara Kramer e Stephen Glantz
Número de páginas: 336
Formato: 15,5 x 23 cm
ISBN: 978-8500-024-108
Preço: R$ 44,90

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Caçador de Pipas

Entre os livros mais vendidos no Brasil, e com uma adaptação para o cinema, o livro “O Caçador de Pipas” justifica todo esse sucesso. Narrado em primeira pessoa, o livro conta a história de Amir e Hassan, amigos de infância. Ambos criados com a ausência da figura materna, e aparentemente essa é a única semelhança entre eles. Assim como o pai, Hassan é serviçal na casa de Amir, vive num imponente casarão que se destaca entre todas as casas de Cabul.

O autor destaca a todo o momento a importância da religião para o povo afegão. Porém, na casa de Amir seu pai não é tão ortodoxo, tanto que ensina para Amir que o único pecado é roubar, e exemplifica dizendo: Quando você mata um homem, está roubando uma vida, está roubando da esposa o direito de ter um marido. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça. Anos mais tarde, Amir descobre que esse foi o único pecado que seu pai cometeu consigo.

O Caçador de Pipas ficará para sempre na memória de quem ousou conhecer sua história. Amores e desamores, preconceitos e aceitações, encontros e desencontros, pois assim como Amir, o livro é narrado em um tom confessional, que nos faz acreditar tratar-se de uma autobiografia de Khaled Housseini, o autor. Nascido em 1965, na cidade de Cabul, refugiou-se nos EUA por conta do golpe de Estado ocorrido no Afeganistão.

Khaled Housseini conta uma história que o Mundo ocidental desconhece, que não imaginávamos existir num país tão distante da cultura ocidental e que só é mencionado nos noticiários de guerra contra o terrorismo. O relato do autor é fiel aos acontecimentos políticos, mostra a queda do império, o estabelecimento da república e o golpe do estado com a tomada do governo pelos Talibãs. O livro cita vários lugares do Afeganistão e Paquistão. Na versão “Edição Especial Ilustrada”, contém mapas para localizamos os bairros e a cidades citadas, além das ilustrações que permite que a nossa imaginação faça um melhor e ainda mais profundo mergulho nessa emocionante história de amor e ódio.

Dados Técnicos

Nome do Livro: O caçador de pipas
Autor: Khaled Hosseini
Número de páginas: 368
Formato: 16 x 23
ISBN: 000.85.209.1767-4
Editora Nova Fronteira

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Mozart, o Compositor do Amor.

Wolfgang Amadeus Mozart, nasceu em Salzburgo, na Áustria, no dia 27 de janeiro de 1756. Foi o mais popular músico erudito. Compunha o amor.

Incentivado pelo pai que via em Mozart e sua irmã, Nännerl, promissores talentos. Na verdade, o pequeno de saúde frágil era um verdadeiro monstro, um gênio.Os irmãos Mozart tocavam quase diariamente em casas de diversos nobres vienenses. A vida exaustivs que levavam, fez piorar a saúde de Mozart.

Aos 5 anos, Mozart realizou sua primeira composição.

Certa vez, o imperador Francis I testou Mozart, cobrindo o teclado com um pano, fazendo o menino tocar com apenas um dedo de cada mão, o que ele fez sem dificuldades. O Imperador ficou extremamente admirado.

Começaram a surgir rumores de que Mozart era na verdade mais velho do que se dizia, devido ao talento que parecia tão extraordinário em uma criança de apenas 8 anos. Aos 16 anos, Mozart já havia composto mais de 200 obras.

Uma pessoa frágil, morreu aos 35 anos, no dia 5 de dezembro de 1791. Dizem que somente um cachorro acompanhou seu enterro, feito como indigente em uma cova comum. Sua morte até hoje é questionada, mas há uma versão que diz que Salieri, um serviçal da Corte de Viena o teria envenenado. Em1823, já aos 70 anos, Salieri (ao lado)tentou o suicídio e disse ter sido o assassino.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

7 olhares

O livro recém lançado pelos curitibanos Diego Ramos e Felipe Glück trás depoimentos sobra a homossexualidade na adolescência. O livro é dividido em sete estágios e depoimentos de vida, que abrangem “Infância”, “Dúvida”, “Descoberta”, “Negação”, “Defesa”, “Aceitação”, e “A vida continua...”. O trabalho aborda visões de amigos, pais, irmãos e educadores, todos expondo suas visões de como venceram e contribuíram para a quebra de preconceitos.

O trabalho busca mostrar as angústias e os medos daqueles que optam por abrir as portas do armário e mostrar-se para todos como realmente são, e em contrapartida o livro também aborda os mesmos sentimentos de todos que aqueles que rodeiam os recém saídos do armário.

Sair do armário não é uma tarefa fácil perante uma sociedade tão religiosa quando a brasileira. No livro encontramos a história do Alisson, garoto religioso que viu na igreja a oportunidade de se esconder, mas no decorrer da vida ele viu que nem aqueles que rezam e mandam rezar o “Pai Nosso” para nos absorvermos dos nossos pecados, estão fora da homossexualidade.

7 olhares é um livro para pais, mães, educadores, amigos de homossexuais que estão se descobrindo, pois ele trás depoimentos em forma de reportagens que mostram a homossexualidade vista por diversos ângulos, por diversos olhares. Cada olhar com uma particularidade, medos e anseios diferentes, porém todos com a necessidade da aceitação. Sabemos que a luta de gays como o Alisson, Janaina, Pietro, Anieli, entre outros, não estão encerradas, pois a homofobia existe, e a superação é uma necessidade diária, o apoio recebido por parte de amigos, familiares e educadores é de suma importância para o rompimento de preconceitos.

Dados Técnicos

Nome do Livro: 7 Olhares - Depoimentos Sobre a Homossexualidade na Adolescência
Autores: Diego Ramos e Felipe Glück
Número de páginas: 170
Formato: 15 x 22
ISBN: 9788598201320
Preço: R$ 30,00
Editora: Editora Gráfica Popular

domingo, 25 de janeiro de 2009

Em 1927 nasceu o maestro soberano, Antônio Brasileiro, Tom Jobim.

O carioca Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim tinha um dom nato para um bate-papo com seu jeito peculiar de dar suas opiniões - assim era Tom Jobim. Tinha nesses locais suas inspirações. Mas o que fez de Tom o maior representante da MPB na música mundial foi o brilhantismo pessoal.

Tom desafinou a bossa nova, cantou o amor, o silêncio do namoro, a expressão dos olhares. Cantou Heloísas, Luízas, Lígias e Teresas.

Tom Jobim musicou de maneira real e imaginária nossa terra, nossos bichos, nossas matas, suas sombras, ruídos, seus vôos e movimentos. São sons suaves, leves, às vezes brincalhões, mas acima de tudo, sons brasileiros. Entre suas famosas composições estão Se todos fossem iguais a você, Eu sei que vou te amar e Águas de março.

Trajetória:

Tudo começou com uma dor no nervo ciático. O jovem Tom, apaixonado por esportes, de porte elegante, que costumava atravessar a nado a Lagoa Rodrigo de Freitas com a maior naturalidade. Tocava piano desde os 13 anos, mas preferia gastar o tempo com Tico Soledade, campeão de levantamento de peso, além de flautista e caçador. Passavam dias na mata caçando macaco, onça, anta e barbado.

A outra paixão adolescente era Teresa, paulista que conheceu na praia aos 15 anos e com que se casou sete anos depois.

Certo dia, no cume de uma pirâmide humana e de cabeça para baixo, na praia de Ipanema, em 1944, Tom Jobim tentou se apoiar no ombro de um amigo, mas escorregou no corpo suado e despencou na areia. O acidente fez Tom abandonar os esportes.

Só comprou o primeiro carro, um Fusquinha, em 1962, já famoso. Pescava na Barra da Tijuca, então uma praia deserta. Acendia a fogueira, fincava a barraca na areia e passava a noite com a mulher e os dois filhos.

Em 1956, musicou e fez os arranjos da peça Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes. Vinícius o levava a festas de gente rica. Numa delas, deparou com Villa-Lobos. Apresentado ao ídolo como autor da música de Orfeu da Conceição, Villa cantarolou: "Conceição, eu me lembro muito bem...", pensando se tratar do sucesso de Caubi Peixoto.

Quando, enfim, conseguiu se aproximar, Tom perguntou: "Esse barulho não o perturba, maestro?" Villa respondeu: "O ouvido de dentro não tem nada a ver com o ouvido de fora."

Logo a bossa nova se transformaria em sucesso nacional. Em 1962, o concerto do Carnegie Hall, em Nova York, abriu as portas do mercado americano.

Tom começaria carreira internacional que o levaria a viver na ponte-aérea Rio-Los Angeles nos anos 60. Num final de tarde, num bar de Ipanema, alguém gritou: "Tom, ligação dos Estados Unidos." Era Frank Sinatra. "Quero fazer um disco com você."

Tom gostou da idéia e ficaram amigos. Mais de 30 anos depois, Garota de Ipanema era a quinta canção mais tocada no mundo, com 3 milhões de execuções.

Casado pela segunda vez, com a fotógrafa Ana, abandonou a boemia na década de 90. Aparecia todo dia às 8 e meia da manhã na padaria Século XX, no Jardim Botânico. Chapéu de palha, fumando um charuto, pedia um cafezinho e uma barra de 145 gramas de chocolate. Passava na farmácia Piauí, no Leblon, comprava pomada ou aspirina para não perder a viagem. Bebia chope na churrascaria Plataforma até as três e meia. Então, outro pulo na padaria, mais uma barra de chocolate. Se a fase era de inspiração, pedia um garrafão de vinho vazio, enchia de chope e levava para colocar junto do piano.

Um dia, ao saber que um cheque de Charles Chaplin havia sido leiloado por uma fortuna, Tom pagou a despesa ao padeiro Armando Ascenção, 42 anos, com um cheque de 100 mil cruzeiros, na época algo em torno de US$ 10. "Pega essa relíquia porque um dia valerá milhões." No dia 8 de dezembro de 1994, morreu de parada cardíaca após a retirada de um câncer na bexiga, em Nova York. Até hoje, o padeiro guarda o cheque a sete chaves. "Talvez um dia eu faça o leilão, não foi ele quem sugeriu?"

Você sabia?

O médico que fez o parto de Tom Jobim, José Rodrigues da Graça Melo, foi o mesmo que cuidou de trazer ao mundo Noel Rosa, quase 17 anos antes. Como faltou água na casa, o tio de Tom pediu uma bacia emprestada ao vizinho.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Crônicas do Brasil Contemporâneo - Vol. VII

O livro lançado pela editora ediouro é uma colação de crônicas escritas pelo senador José Sarney para a sua coluna semanal da Folha de São Paulo. São 103 textos colecionados semanalmente entre 06 de janeiro de 2006 e 28 de dezembro de 2007.

As crônicas têm um formato dinâmico, e remete o leitor ao cenário da época em que foi escrita. Antes do inicio de cada texto, o autor destaca uma frase da crônica e três fatos ocorridos na semana em que a mesma foi escrita. Os temas são os mais diversos possíveis, abrange desde fatos políticos, culturais e econômicos, porém todos com a sensibilidade de um homem que vive nos bastidores do poder.

A obra pode ser considerado como uma memória, pois nos relembra de todos os fatos que abalaram a sociedade brasileira nos anos de 2006 e 2007, fatos como: os ataques do PCC, a campanha eleitoral do presidente Lula para o seu segundo mandato, o acidente da TAM, a crise aérea brasileira, a morte de Paulo Autran, entre outros acontecimentos que muitas das vezes caem no esquecimento.

Em meio a textos sérios que marcaram a história recente, surge um homem sensível. Na crônica do dia 06 de outubro de 2006 Sarney deixa claro essa sensibilidade ao narrar o drama de uma afro-descente que perdeu seu marido na maior tragédia aérea do Brasil. O autor usou de muita emoção para narrar o triste episódio.

Sua filha estava brincando com outras amigas no pátio do prédio onde mora. Às 16h30, a menina Hannah parou e disse às colegas: "O avião do meu pai explodiu." Todas as meninas ficaram curiosas. Hannah não disse mais nada e continuou a brincar.

O autor termina essa crônica citando Drummond: "Mundo, vasto mundo..."

José Sarney é político, foi o trigésimo primeiro presidente do Brasil, e atualmente é senador do Amapá. Pertence à Academia Brasileira de Letras, já lançou diversos livros, entre eles: O dono do mar, Saraminda e A duquesa vale uma missa.

Dados técnicos

Nome do livro: Crônicas do Brasil contemporâneo
Autor: José Sarney
Número de páginas: 240
Formato: 15,5 x 23
ISBN: 978-8500-020-438
Preço: R$ 29,90
Editora: Ediouro

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Em 1989 morreu o pintor Salvador Dalí – expoente do Surrealismo

Nasceu em 11 de maio de 1904, na cidade catalã de Figueras (Espanha), região que foi também uma espécie de pano de fundo para grande parte de sua obra. Tornou-se uma figura popular com aqueles bigodes enormes. Era artista e showman na divulgação da própria obra.

Pintor surrealista, teve forte influência pelas teorias de Sigmund Freud. Rejeitava o consciente, valorizando o inconsciente. O tema principal é o "sonho". Seu método, chamado de "paranoicocrítico". O Surrealismo foi um movimento artístico de vanguarda surgido na França que buscava a exteriorização, lingüística ou plástica da espontaneidade e depurações de ordem racional ou moral.

O pensamento se expressava de maneira livre, espontânea e irracional. O objetivo era externar os impulsos da vida interior, sem exercer sobre ele qualquer controle.

Casou-se com Gala Eluard que fora antes sua amante, que além de ser a musa inspiradora, foi uma grande colaboradora e organizadora de seus afazeres. Mas foi ela também que sua ganância incentivou Dalí a banalizar a sua arte.

Sua melhor produção é considerada a que ocorreu entre os anos 29-39.Dalí pintou suas obras mais famosas. As pinturas desenvolviam interpretações e associações irracionais, dependendo do ponto de vista, de acordo com o método crítico-paranóico por ele criado. Conferiu à sua obra sempre uma aparência acadêmica com impecável precisão fotográfica.

Em 1986 sofreu graves queimaduras por causa de um incêndio, ocorrido em seu quarto.

A partir de então viveu prostrado em uma cama na torre do Museu de Figueres. Morreu no dia 23 de janeiro de 1989, anos 84 anos de idade. Seu corpo embalsamado foi enterrado em uma tumba sob a cúpula do Museu de Figueres (Espanha).

Frase

"Eu vivo em permanente estado de ereção intelectual." (Dalí)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Em 1977 morreu a cantora Maysa (Matarazzo Figueira Monjardim)

Maysa levou a Bossa Nova para a Argentina, com os músicos Élcio Milito, Luiz Eça, Roberto Menescal, Bebeto e Luiz Carlos Vinhas.

Nasceu em uma família rica e tradicional, no dia 6 de junho de 1936, e casou aos 18 anos com um herdeiro da milionária família paulista Matarazzo, 20 anos mais velho que ela.

Desde antes do casamento já compunha e tocava piano, e mesmo depois continuou cantando suas músicas em festinhas íntimas de amigos. Quando um produtor musical a ouviu, quis contratá-la imediatamente para gravar um disco, mas Maysa, que estava grávida, pediu que esperasse o nascimento do filho.

Afinal saiu "Convite para Ouvir Maysa", em quatro volumes, entre 1956 e 59, pela RGE, com os sucessos "Ouça", "Adeus" e "Meu Mundo Caiu". Tornou-se uma estrela, para desgosto da família do marido, e separou-se pouco depois, ficando abalada e deprimida com o fato. Suas músicas, já tradicionalmente de "fossa", tornaram-se ainda mais melancólicas, o que pode ser facilmente observável apenas pelo título de alguns de seus maiores sucessos: "Felicidade Infeliz" (Maysa), "Solidão" (Antônio Bruno), "Bom dia, Tristeza" (Adoniran Barbosa/ Vinicius de Moraes), "Tristeza" (Haroldo Lobo/ Niltinho), "Ne Me Quite Pas" (Jacques Brel) e "Bloco da Solidão" (Jair Amorim/ Evaldo Gouveia).

Mudou-se para o Rio em 1960, quando gravou o disco "O Barquinho", um marco da bossa nova, acompanhada pelo embrião do Tamba Trio (foto), e passou a gravar e excursionar por outros países, animada principalmente por Ronaldo Bôscoli, seu namorado na época. Com uma vida sempre agitada por casos amorosos e problemas com bebida, Maysa gravou alguns dos discos mais importantes da bossa nova e da música romântica brasileira. Seus sucessos incluem "Meditação" (Tom Jobim/ Newton Mendonça), Dindi (Jobim/ Aloysio de Oliveira), "Se Todos Fossem Iguais a Você" (Jobim/ Moraes).

Marília Pêra, uma das maiores atrizes brasileiras, completa hoje 66 anos

Era uma menina que adorava empastelar os cabelos das bonecas com massa de batom, ruge e pó-de-arroz. Vivia nos camarins do teatro e admirava o brilho das roupas e o perfume das atrizes. Dormia em trapos esticados no chão e, às vezes, mesmo sem sono, deitava só para olhar o céu do palco, as cordas, os refletores, as varandas do cenário. Filha, neta e sobrinha de atores, Marília Pêra cresceu espiando da coxia os clássicos do teatro universal interpretados por celebridades como Procópio Ferreira e Dulcina de Moraes (a grande diva do teatro nacional na primeira metade do século).

Estava ainda na barriga da mãe-atriz quando participou da primeira encenação. Mas a estréia de verdade aconteceu quando tinha apenas 19 dias, embrulhada numa cesta, interpretando o único papel que lhe cabia: um bebê. Com as próprias pernas, subiu ao palco pela primeira vez aos cinco anos para interpretar a filha de Medéia. Certa vez, alguém apertou o braço que ela havia machucado e estava inchado e muito dolorido. A menina gemeu e perdeu a fala em cena. Henriete Morineau, atriz nascida na França e radicada no Brasil, alta, esbelta e de voz grave, que encarnava Medéia, não perdoou. Quando as cortinas se fecharam, chamou a garota num canto e ralhou: "Uma atriz morre, mas cumpre o seu dever."

Marília Pêra da Graça Mello (carioca nascida em 22 de janeiro de 1943) cresceu ouvindo lições severas, o que explica o apreço que ela tem pela disciplina. Chega ao teatro três horas antes do início do espetáculo e confere se está tudo em ordem, desde cenário, figurino e luz até o banheiro reservado ao público. O rigor de Marília vem principalmente do pai, Manoel Pêra (falecido em 1967, aos 74 anos), português radicado no Brasil. Ator talentoso, sobreviveu à custa de muito sacrifício fazendo papéis secundários ao lado da mulher, a atriz Dinorah Marzullo.

A família Pêra morava no pé do morro do Querosene, na zona norte do Rio. Quando Marília saltava do lotação, vinda da aula de piano ou balé, o pai a esperava com um revólver 38 na cintura para que chegasse sã e salva. Marília era uma criança introspectiva e triste. Tinha pressa de virar atriz de verdade. Aos 15, convenceu o pai a deixá-la dançar em "De Cabral a JK", uma "revista familiar" (não tinha palavrão e as vedetes usavam maiô, não biquíni) de Max Nunes. Lá conheceu Paulo Graça Mello (falecido num desastre de automóvel em 1969), o primeiro homem que a beijou e com quem casou, aos 17 anos. Virgem.

O casal fazia três ou quatro sessões do circo Thiany, à tarde. Ele tocava frigideira numa orquestra improvisada e ela dançava em torno de uma moça que ia ser serrada num truque de mágica. À noite, eles suavam na boate Plaza, em Copacabana, no musical Sherazade. Convidado a excursionar com Society em babydoll, Paulo impôs a condição de só viajar se a mulher o acompanhasse. Na véspera do embarque para Salvador, aconteceu um imprevisto: a vedete torceu o pé. Houve remanejamento de papéis e sobrou vaga para Marília interpretar uma moça ingênua. Estava com cinco meses de gravidez, mas mentiu que eram só dois. Após o parto, excursionaram durante seis meses em Portugal, morando em pensões e secando fraldas com ferro de passar roupa. Na volta, o casamento estava em frangalhos. "O amor não agüenta tanta provação."

Em 1969, ganhou o primeiro Molière com "Fala baixo senão eu grito", de Leilah Assunção. No ano seguinte, ficou mais popular ao ser contratada pela rede Globo. Em 1981, recebeu o prêmio de melhor atriz da Associação dos Críticos americanos por sua performance no filme Pixote, de Hector Babenco. Ela ri quando sua história sugere um vale de lágrimas. "Pára de falar na infância senão eu vou chorar", brincava o ex-marido Nélson Motta.

Você sabia?


Em 1964, Marília Pera derrotou Elis Regina num teste para o musical "Como vencer na vida sem fazer força". Logo depois começou a flertar com o jornalista e compositor Nelson Motta, que mal terminara um namoro com a cantora. Para piorar, Nelson convidou Marília para assistir ao show de Elis. Sentaram na primeira fila. Elis cantou olhando todo o tempo para eles. No dia seguinte, telefonou: "Tens notícia do meu homem?"

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sexo Verbal: Surpresas da Vida e do Viver

Por Marcos Freitas e
Ricardo Rocha Aguieiras

Uma das coisas boas da vida é que quando você está entediado de tudo, saco na lua e olhando sedutoramente para aquele frasco de arsênico lá na penteadeira – vamos ser mais modernos: Rohypnol no rack do pc...ehehe... - , sempre acontece algo surpreendente que te resgata para a felicidade, o êxtase e te dá mais alguns anos de tentativas.

Tivemos nós dois, Marcos Freitas e Ricardo Aguieiras, um dos mais belos sábados indo, muito bem acompanhados, rever o emocionante espetáculo SEXO VERBAL, em cartaz no Casarão do Belvedere (serviço abaixo). “Bem acompanhados” por que rodeados por ilustres e famosos como o grande e carinhoso Dr. Prof. Luiz Mott, que ocupa o 1º lugar no quadro de honra da militância homossexual, figura ímpar nesses Brasis. Mas também ao lado de Douglas Drummond, empresário que criou a ong Casarão Brasil, na rua Frei Caneca, que já está dando o que falar, com um monte de propostas ótimas e criativas. Douglas é um lindão, um corpasso e voz de arrepiar e levou junto o maior maquiador artístico do país, Westerley Dornellas, um verdadeiro mágico dos pincéis. Ferdinando Martins e o marido Beto Sato um monte de jornalistas que atuam na mídia gay, a nata do talento e da competência da imprensa estava lá, como, ainda, o Lufe Steffen, uma delícia queimado de sol e cheio de dentes brancos e Ana Paula Siewerdt... bela bela e bela. Com certeza estamos sendo injustos e esquecendo de alguns, mas perdoem!

Porém, estamos aqui para falar da peça.

Os anos 90 e todo o início deste século foram marcados por conservadorismos, moralismos que – unidos ao holocausto provocado pela aids e pela culpa judaico-cristã – quase colocaram a perder as conquistas e os espaços anteriores, frutos de Maio de 68, do Movimento Hippie, do Feminismo e outros movimentos sociais; até mesmo provocações de Freud, Sartre; Genet , Sade e outros caíram um tanto no esquecimento em nome de um comportamento sexual e amoroso que fosse visto como algo não transgressor, asséptico, discreto e politicamente correto. E, o mais importante, sem entregas. O prazer controlado e medido para não atiçar a nossa culpa e ficarmos bem , tanto perante o espelho como perante o olhar do/da outro/a. Sempre existirão inúmeros argumentos e desculpas para não sermos livres e felizes. E como, para muita gente, sexo, sentimentos, emoções e amor andam de mãos dadas, pode-se imaginar o estrago que tudo isso trouxe às relações entre as pessoas, onde passou a reinar, antes de tudo, a desconfiança e seus tentáculos repressivos.

João Silvério Trevisan já disse que os escritores são como os pára-raios da sociedade e de seus indivíduos e cabe a eles a dolorida tarefa do alerta e da percepção. Nós ampliamos isso para todo e qualquer artista, independente de sua qualificação. Mas ainda mais para as atrizes e atores, a mais bela das profissões. Atuar é se arrebentar à cada noite, não há no mundo generosidade maior, por que fazem isso pelo outro, pelo espectador que está lá assistindo, comprando as dores dele e transformando-as em suas, mas com um requinte: algo nesse ato tem a ver com o sagrado. Como sagrado são o amor e o sexo.
Então, que alegria assistir algo em que nos identificamos em nosso sagrado, ver na entrega de um ator a discussão do meu medo e do meu anseio, dos meus limites e que posso ir além.

A peça se desenvolve numa festa, num casarão cheio de almas trancafiadas, inclusive as nossas. E onde somos recepcionados por uma ex-prostituta imponente, logo envolvidos pelos “convidados” outros, numa noite em que devemos apertar os cintos, não seremos poupados. Ao contrário, depois que entramos não há mais como fugir, os nossos quartos, salas e cozinha serão abertos, por mais dolorido que isso seja, afinal “a Dor é o único sentimento que não tem máscara”. E sacanagem não é o que fazemos, mas o que fazem com a gente. Resgatar a sexualidade como um patrimônio único, presente dos deusas e deusas para a nossa felicidade e empatia. Com textos de Hilda Hist, Trevisan, Marcelino Freire e até mesmo alguns do Brasil Colônia e da Inquisição, uma cena se destaca de todas, a que se passa na cozinha onde a história de amor e morte entre homens, morte provocada pela homofobia, pelo olhar condenatório do outro. Te garanto que você não será mais o mesmo, depois que sair dessa cozinha. No elenco sentimos falta de uma travesti decidida Na re-paginação dos textos, foi incluída uma personagem lésbica que estreará na próxima edição do evento, ainda sem confirmação de data e local.

Mas também há celebração! Brilho das luzes e olhares que vêm juntos com o apelo para a nossa entrega. Não é possível viver, senão intensamente. Isso andava um bocado esquecido entre a gente...

Abaixo, um poema, “Desobediência Sexual”, de Ricardo Aguieiras, lido no final da peça:

Desobediência Sexual

Desobediência
Não espere de mim outra coisa
Infringir, transgredir
Não nasci para obedecer nem para semear a ordem
Quero a desordem

Desobediência sexual
Desobediência moral
Desobediência imoral

Quero um novo mundo
Além das leis e das regras
Além das religiões
De Deus ou do Diabo
É esse o mundo que quero

Não patrões e não partidos
Não dogmas e nem a sensatez conformada
Quero a minha educação descoberta por mim
Não ao sol tampado por peneiras
Estou na sarjeta onde plantei flores, mas sarjeta

Desobediência civil
Desobediência intelectual

Não a formas pré-estabelecidas
Não tentem me encaixar
Cremado ou dissecado serei
Para não caber nunca em um caixão
Flores? Não precisa! Já as trago tatuadas em meu corpo

Desobediência social
Desobediência corporal
Desobediência fiscal

Não sigo a sua estética
Não me dite normas
Não acredito na história oficial
Não acredito na conveniência da sua moral

Desobediência legal
Desobediência intelectual
... Desobediência sexual

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia e Direção: Aurea Karpor
Elenco: Alexandre Acquiste, Aurélio Prates, Aurea Karpor, Hélio Tavares, Mariana Galeno, Silvana da Costa Alves
Iluminação: Alexandre Pestana Trilha Sonora: Régis Frias
Operação de Luz: Sally Rezende
Operação de som: Wilton Rozante.
Produção: ProjetoBaZar
Figurino: Alexandre Acquiste
Orientação de Literatura: Marcus Aurélius Pimenta
Direção Geral do Projeto: Aurea Karpor e Rodolfo Lima

SERVIÇO

De 9 a 24 de Janeiro de 2008
Sextas e Sábados, às 21 horas
Local - Casarão do Belvedere - Rua Pedroso, 267 - Bela Vista
Informações - (11) 3266-5272
Ingressos - 20 reais (10 reais meia entrada)
Lotação - 50 lugares
Duração - 60 minutos
Recomendação - 18 anos

Concurso Cultural – Sexo Verbal

Quer ganhar de presente um par de ingressos para assistir a peça “Sexo Verbal” no Casarão do Belvedere? O Blog Passageiro do Mundo em parceria os produtores do evento lhe dá esse presente. Para isso, basta responder a pergunta abaixo nos comentários do post “Sexo Verbal: Surpresas da Vida e do Viver”. O concurso premiará apenas com os ingressos, as demais despesas, como locomoção, ficam a cargo do contemplado.

Como podemos viver a nossa sexualidade em sua plenitude?

As respostas serão aceitas até a meia-noite do dia 22 de janeiro. A melhor resposta será divulgada no dia 23 de janeiro, abaixo da resposta é necessário deixar um endereço de email para contato.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Em 1982 morreu a “Pimentinha” Elis, aos 36 anos.

Natural de Porto Alegre, Elis Regina Carvalho Costa, foi a primeira pessoa que inscreveu sua voz como instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil.

Geniosa e exigente, tinha uma índole vulcânica e explosiva. Era bastante polêmica. Foi muitas vezes acusada de ser arrogante e antipática. Dona de uma belíssima voz, em menos de 20 anos de carreira, gravou 31 discos, onde imortalizou algumas das mais belas canções da música popular brasileira em interpretações mais do que apaixonadas. Descobriu talentos como Milton Nascimento, João Bosco, Renato Teixeira, Tim Maia e Ivan Lins.

A gauchinha tímida e recatada que começou a carreira cantando na Rádio Farroupilha de Porto Alegre, deu lugar a uma mulher de personalidade forte e efusiva quando chegou ao Rio de Janeiro para tentar a sorte em 1962.

Desde os 11 anos já fazia sucesso na provinciana Porto Alegre da década de 50, cantando no programa Clube do guri. A primeira vez que esteve na rádio para cantar, o nervosismo foi tanto que jorrou sangue do nariz sem parar, manchando o vestido branco de organdi que a mãe tinha feito para a ocasião tão especial. E foi assim até o fim da vida. Antes de qualquer apresentação, tremia, gaguejava e precisava do incentivo dos colegas para encarar a platéia.

No Rio de Janeiro, fez o primeiro show no antigo bar Botlle´s, em Copacabana. As brigas e inimizades que Elis cultivou a vida inteira começaram a surgir neste tempo, quando ainda tinha 17 anos e precisava se esconder do Juiz de Menores que de vez em quando aparecia por lá.

Decepcionada com as constantes brigas entre os organizadores do show, um belo dia sumiu do mapa sem dar satisfações. Apareceu pouco tempo depois apresentando-se no bar vizinho, no primeiro de uma série de shows que faria com a dupla Miele e Ronaldo Bôscoli.

Nesta época, Elis criou os gestos que se tornariam sua marca registrada. Quando cantava, levantava os braços e girava-os como se fossem hélices de helicóptero. Por isso passou a ser chamada de Hélice. O apelido mais famoso seria dado por Vinícius de Moraes: Pimentinha.

Declarações bombásticas eram comuns nas entrevistas. Falou mal da Tropicália de Caetano e Gil e mais tarde gravou músicas dos dois. Desprezou a bossa nova do marido Ronaldo Bôscoli, mas gravou com Tom Jobim e Roberto Menescal os melhores discos de sua carreira. Chamou os militares da ditadura de “gorilas”, mas cantou na Olimpíada do Exército de 1972.

O talento era intuitivo, Elis nunca estudou canto, teoria musical nem aprendeu a tocar qualquer instrumento que fosse. E fez do palco sua morada, o único lugar onde reinava absoluta e por isso não dividia a glória com ninguém. "Separar-me do palco é a mesma coisa que castrar um garanhão", disse em 1969 numa entrevista a Clarice Lispector. A cada apresentação aprimorava mais sua performance e o sucesso veio à galope, na esteira da bossa nova. Consagrou-se em 1965 cantando Arrastão, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes no I Festival da TV Excelsior. Era então uma garota de 20 anos, mas costumava dizer que como cantora "tinha 40 anos bem-vividos".

Na TV Record apresentou, ao lado de Jair Rodrigues, o programa Fino da Bossa, considerado até hoje um dos mais importantes da história da televisão brasileira. Com Jair gravou alguns de seus discos mais vendidos, Dois na Bossa, volumes I, II e III.

Do casamento de poucos anos com o compositor Ronaldo Bôscoli, em 1967, costumava dizer que só levou de bom o filho João Marcelo e um certo amadurecimento pessoal. Juntos protagonizaram brigas homéricas, geralmente em público.

Nesta época, embarcou numa promissora carreira internacional que só não deu mais certo porque não conseguia ficar muito tempo longe do Brasil. No Olympia de Paris, em 1968, foi ovacionada e voltou ao palco seis vezes depois do final do show. Após temporada de sucesso na Europa, casou-se com o pianista e arranjador César Camargo Mariano, com quem viveu durante nove anos e teve dois filhos, Pedro e Maria Rita.

Presença constante na televisão, tinha uma legião de fãs que compravam seus discos e iam aos shows. Falso Brilhante levou ao Teatro Bandeirantes mais de 280 mil pessoas em 257 apresentações, em São Paulo (1975/76). Só Elis era capaz dessas coisas.

Em janeiro de 1982, cheia de planos para o novo disco e cantando melhor que nunca, foi encontrada morta no apartamento onde morava no bairro nobre dos Jardins, em São Paulo, aos 36 anos. A causa: overdose de mistura de cocaína com álcool. O vulcão apagou, mas no dia seguinte os muros do País amanheceram com uma frase pichada pelos fãs: Elis vive”.

domingo, 18 de janeiro de 2009

A Maior Estátua de Cristo

A estátua de concreto do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, Brasil, tem 39,6m de altura e pesa mais de 700t, o monumento está inserido no "Guinness World Records", como a estátua de Cristo mais alta do Mundo. Sua construção foi concluída em 1931. Está localizada no topo do morro do Corcovado, a 709 metros acima do nível do mar. De seus 39,6m, oito estão no pedestal. Foi inaugurado às 19:15 do dia 12 de outubro de 1931, depois de cerca de cinco anos de obras. Um símbolo do cristianismo, a estátua se tornou um dos ícones mais reconhecidos internacionalmente de ambos Rio e Brasil. No dia 7 de Julho de 2007, em Lisboa, no Estádio da Luz, foi eleita uma das novas sete maravilhas do mundo.

A construção do Cristo Redentor ainda é considerada um dos grandes capítulos da engenharia civil brasileira. O dono do projeto levou a vida inteira construindo a estátua, erguida em concreto armado e revestida de pedra-sabão, originária do próprio pico do Corcovado. A pedra fundamental da estátua foi lançada em 4 de abril de 1922, mas as obras somente foram iniciadas em 1926. Dentre as pessoas que colaboraram para a realização, podem ser citados o engenheiro Heitor da Silva Costa (autor do projeto escolhido em 1923), o artista plástico Carlos Oswald (autor do desenho final do monumento) e o escultor francês de origem polonesa Paul Landowski (executor dos braços e do rosto da escultura).

Na cerimônia de inauguração, no dia 12 de outubro de 1931, estava previsto que a iluminação do monumento seria acionada a partir da cidade de Nápoles, de onde o cientista italiano Guglielmo Marconi emitiria um sinal elétrico que seria retransmitido para uma antena situada no bairro carioca de Jacarepaguá, via uma estação receptora localizada em Dorchester, Inglaterra. No entanto, o mau tempo impossibilitou a façanha, e a iluminação foi acionada diretamente do local. O sistema de iluminação original foi substituído duas vezes: em 1932 e no ano 2000.

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) em 1937, o monumento passou por obras de recuperação em 1980, quando da visita do papa João Paulo II, e novamente em 1990. Outro conjunto de obras importantes foi feito em 2003, quando foi inaugurado um sistema de escadas rolantes e elevadores para facilitar o acesso à plataforma de onde se eleva a estátua.

Antes mesmo de ser construído, o Cristo Redentor foi motivo de acaloradas discussões que dividem o país em católicos e protestantes. Apesar de atualmente protestantes de todo o mundo visitarem o Cristo, inicialmente os líderes da Igreja Batista eram contrários à construção do mesmo, chegando a propor que o dinheiro arrecadado fosse usado na construção de uma obra beneficente. Em 22 de março de 1923, seguidores da Igreja Batista declararam em nota publicada em O Jornal Batista, órgão oficial da Convenção Batista Brasileira, seu desgosto quanto à construção do Cristo Redentor. A nota afirmava que a construção "será a um tempo um atestado eloqüente de idolatria da igreja de Roma e uma afronta a Deus. No dia em que tal crime se consumar, bom seria que todos os verdadeiros cristãos no Brasil se reunissem em culto penitencial, para pedir a Deus que não imputasse a todo o Brasil esse grande pecado, cuja responsabilidade deve recair sobre a Igreja Católica e sobre os governantes que não souberam ou não quiseram fugir à armadilha, preparada por ela com a isca do patriotismo". Afirmaram também que "os que tiveram a infeliz idéia de erigir o monumento a Cristo Redentor, não tiveram a intenção de honrar a Cristo, mas sim a de engrandecer o catolicismo romano. Se tivesse querido honrar a Cristo, procurariam erigir-lhe um monumento não no Corcovado, mas em cada coração. No coração é que Cristo quer reinar. Eles, porém, pretendem honrar a Cristo, desonrando-o, fazendo aquilo que ele terminantemente proibiu — fazendo-lhe uma imagem", 75 anos mais tarde, o Cristo Redentor se tornou um santuário católico, a decisão causou desgosto nos protestantes admiradores da imagem do Cristo, uma contradição com os batistas que se opuseram à construção do monumento.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button

"O Curioso Caso de Benjamin Button" (The Curious Case of Benjamin Button, 2008), é o mais novo filme do astro Brad Pitt, que estréia hoje nos cinemas de todo o Brasil. Filme que tem um orçamento estimado em cerca de 150 milhões de dólares.

O longa é um drama baseado no conto escrito pelo famoso escritor norte americano F. Scott Fitzgerald, que narra a história de Benjamin Button, um homem que nasce com 80 anos e na medida que os anos vão passando, começa a rejuvenescer. Benjamin conhece o amor aos 50 anos de idade quando se apaixona por uma mulher mais jovem, interpretada por Cate Blanchett.

A partir daí, o casal viverá um dilema, pois ele ficará mais moço e ela, mais velha. Então, como viver esse amor, já que a diferença das idades se distanciará cada vez mais?
Não é a primeira vez que Brad Pitt e Cate Blanchett trabalham juntos, eles participaram do filme "Babel" (Babel, 2006) onde interpretaram um casal em férias no Marrocos que acabaram se envolvendo em um terrível acidente.

"O Curioso Caso de Benjamin Button" conta ainda com as presenças de Julia Ormond (Sabrina), e da ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante de 2007, Tilda Swinton (Conduta de Risco).

O longa tem a produção de Kathleen Kennedy e Frank Marshall, responsáveis pela parceria com Steven Spielberg em vários sucessos, entre eles, Indiana Jones. Assina a produção também, o produtor Ceán Chaffin. A direção fica por conta de David Fincher.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sexo Verbal

O espetáculo Sexo Verbal, em cartaz na cidade de São Paulo, questiona os desejos e frustrações nas mais diversas formas de amar, tendo como cenário uma grande festa cheia de luxúria e prazer. A peça aborda temas como romantismo; falsa moral; religião; homossexualidade e homofobia; conservadorismo e moralismo.

A proposta do trabalho é a constante interação com os expectadores. No início somos recepcionados de forma calorosa pela anfitriã da festa, uma ex-prostituta que nos convida a dançar e se esbaldar na noite. Por um momento até nos esquecemos que estamos numa peça e começamos a interagir com o elenco.

As expressões corporais, a proximidade com o público, a emoção e a excelente qualidade dos textos selecionados são os pontos fortes da peça. A todo o momento os atores se relacionam com o público e falam de forma muito sensual/sexual ao pé do ouvido dos presentes, e em outros momentos aos gritos, sempre espontâneos e verdadeiros.

No encerramento é levantado um questionamento sobre os amores de hoje, ciberneticos, e em tom de indignação perguntam: “Que amores são esses?” Nesse momento também é dada a oportunidade para o público se pronunciar e refletir nos encontros e desencontros do coração e a falta de entrega na paixão.

O roteiro é fruto de compilações de textos de autores consagrados como: Caio Fernando Abreu, Paula Taitelbaum, Tati Bernardi, Rodrigo Levino, Marcelino Freire e João Silvério Trevisan, com direção de Áurea Kapor. Na apresentação do dia 17/01, será incluído no roteiro o texto “Desobediência Sexual” do queridíssimo Ricardo Aguieiras. Vale à pena conferir.

Serviço

Local: Casarão do Belvedere. Rua Pedroso, 267.
Horários: de sexta a sábado, às 21h
Informações: tel.: (11) 3266 5272
Ingressos: R$ 20
Recomendado para maiores de 18 anos
Em cartaz até 24 de janeiro