segunda-feira, 23 de março de 2009

Dia dos Namorados Macabro

Assiste com o meu petit ami, o filme “Dia dos Namorados Macabro” com a tecnologia 3D do Cinemark que estréio nessa sexta-feira 13. Não gostei muito do filme, mas adorei os efeitos em 3D. Já o Douglas, adorou o filme e a tecnologia. Os efeitos trouxeram as personagens para próximo ao público, fora as armas e as gotas de sangue que saíram da telefona diretamente para cima do público.

O filme conta a história de um terrível assassinato resulta na morte de 22 pessoas, em pleno dia dos namorados. Exatamente quando este evento completa dez anos Tom Hanninger (Jensen Ackless) retorna à sua cidade-natal. Ele esperava ser bem recebido pela população local, mas logo é tratado como sendo o principal suspeito do ocorrido.

Seria ótimo se a tecnologia 3D fosse incorporada na televisão. Não sei se isso é possível, ou se estou falando uma besteira gigante. Seria ótimo. As empresas que fabricam os óculos 3Ds dariam pulos de alegria, podem acreditar. Mesmo o filme não sendo tão envolvente, vale à pena assistir para conferir a tecnologia.

domingo, 22 de março de 2009

Palavra (En)cantada

Dia 09/03 fui ao coquetel da pré-estréia do documentário “Palavra (En)cantada” de Helena Solberg. O trabalho é fruto de dois anos de pesquisas, filmagens e entrevistas a cerca da relação da música e poesia no Brasil. Com participação de Adriana Calcanhoto, Antônio Cícero, Arnaldo Antunes, Black Alien, BNegão, Chico Buarque, Ferréz, Jorge Mautner, José Celso Martinez Correa, José Miguel Wisnik, Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Lenine, Luiz Tatit, Maria Bethânia, Martinho da Vila, Paulo César Pinheiro, Tom Zé e Zélia Duncan, o filme mostra as riquezas culturais que temos no Brasil e como a literatura está presente nas letras das nossas músicas.

O documentário traz cenas da adaptação para o teatro de Morte e Vida Severina, apresentado em 1966 no Festival de Teatro Universitário de Nancy, na França. Chico Buarque comenta sobre a composição feita especialmente para a ocasião do Festival e fala sobre a oposição de João Cabral de Melo Neto quanto à música de Buarque inspirado no texto. Cabral era contra a inclusão da música na adaptação, e mesmo com a oposição, a música ter sido incluída na peça teatral.

A obra também resgata o depoimento histórico de Caetano Veloso no Festival da Record, em 1967, logo após cantar Alegria, Alegria. Nele, Caetano fala de sua inspiração ao compor a música e ressalta a liberdade no uso da guitarra na música brasileira: “No Rio de Janeiro, disseram “Caetano vai usar guitarra numa música, quando chegar na Bahia vai tomar uma surra de berimbau”. O que eles não sabiam é que os baianos estão além!”.

O filme mostra a difusão da cultura brasileira pelo Mundo através do depoimento de Adriana Calcanhoto. Ela se diz emocionada com o numero de pessoa que vêem ao Brasil para aprender o português por conta das influências musicais que os poetas-letristas brasileiros proporcionam no Mundo afora.

Premiado no Festival do Rio 2008 com a Melhor “Direção de Longa Metragem-Documentário”, o filme estreiou nos cinemas de todo o Brasil no dia 13. É um documentário excelente, um programa obrigatório para todos os amantes da música e poesia brasileira.

sábado, 21 de março de 2009

No País de Obama

"Barack diz que a mudança não virá se ficarmos esperando pelos outros ou por outro tempo. Nós somos aqueles por quem estivemos esperando. Nós somos a mudança que procuramos... e essa era também a mensagem de Harvey Milk. Ele era muito preocupado com a disparidade entre os-que-têm e os-que-não-têm. E dizia que o Sonho Americano começo no bairro".

Trecho do discurso feito na Rua Castro em memória de Harvey Milk, no dia da estréia do filme "Milk – A Voz da Igualdade”.


A imprensa internacional nunca se voltou tanto para o processo eleitoral dos EUA como ocorreu na ultima eleição. No Brasil, a cobertura das eleições feita pelo jornalista Rodrigo Alvarez ganhou a edição de um livro e foi lançado recentemente pela Editora Nova Fronteira.No País de Obama” relata a experiência do jornalista Rodrigo Alvarez ao cobrir as eleições presidenciais de 2008 que empossou um negro no executivo do país mais importante do Mundo.

Acompanhado pelo cinegrafista Sérgio Telles, Rodrigo percorreu 18 estados norte-americanos em 17 dias, passando pelos maiores colégios eleitorais do país e percorrendo lugares inusitados, como a cidade de Provo, a cidade mais republicana dos EUA. Na eleição presidencial de 2004, Bush recebeu 80% dos votos de Provo, um percentual muito parecido com o da população de brancos da cidade e também com o de seguidores da igreja Jesus Cristo do Santos dos Últimos Dias.

Alvarez inicia sua viagem em São Francisco, na Califórnia, e terminando em Nova Orleans, na Louisiana. A obra mostra um povo aflito por mudanças políticas eficientes, porém somos surpreendidos por pessoas que não fazem a mínima idéia do que está ocorrendo no país e definem seu voto apenas analisando uma herança familiar republicana ou democrata.

A nação americana clama por mudanças, e o resultado das eleições presidências é uma resposta a esse clamor. Se o tempo irá nos dizer que as mudanças ocorreram de fato, pois, por mais assertivas que sejam as decisões político-econômicas tomadas pelo governo norte-americano, sabemos que só veremos o efeito de tais decisões em longo prazo. Resta ao povo americano discernimento para o entendimento da conjuntura política atual.

Barack Obama faz parte do sonho de Martin Luther King, porém a eleição do presidente negro não represente o fim e a reparação de todo o ódio e preconceito disseminado aos afrodescendentes. Em 28 de agosto de 1968, King disse que tinha um sonho de igualdade. Não podemos negar que o cenário mudou e que Barack Obama é uma afirmação dessa mudança. Espero que os sonhos de visionários como Martim Luther King e Harvey Milk torne-se cada vez uma realidade mais presente nos EUA e no Mundo afora.

Dados técnicos

Nome do livro: No País de Obama
Autor: Rodrigo Alvarez
Número de páginas: 192
Formato: 14 x 21
ISBN: 9788520922569
Preço: R$ 24,90

sexta-feira, 20 de março de 2009

O Livro da Bruxa

Comecei a ler “O Livro da Bruxa” no meio de algumas turbulências na minha vida pessoal. Sabia que se tratava de um livro que mostrava as situações do cotidiano e suas diferentes formas de pensar, o que eu não imaginava, é que o livro mudaria por completo a minha forma de encarar os pequenos detalhes da vida.

Temos por hábito sempre encararmos as situações da forma mais pessimista possível. Não somos capazes de identificarmos a beleza genuína de cada momento, que uma situação desfavorável no presente possa estar contribuindo para a queda de um dissabor futuro. Na obra, o autor nos ressalta que o Mundo conspira em nosso favor, mas para identificarmos isso, temos que estar alinhados com a vida, em pela sintonia com a nossa existência.

O livro conta a história de um médico e uma paciente de 86 anos internada com diagnóstico de pneumonia. O médico se surpreende com os resultados positivos nos seus exames, mas prefere manter a internação por conta da sua idade avançada. Em meio a muitos diálogos no hospital e uma inusitada viagem à praia, a paciente passa inúmeros ensinamentos ao seu médico, e chama-lhe constantemente a atenção sobre as diversas formas de encarar uma situação.

A obra me fez recordar do filme “Sociedade dos Poetas Mortos”. Em uma das cenas, o professor de literatura John Keating, interpretado pelo maravilhoso Robin Williams, pede para os seus alunos subirem em sua mesa e verem que o ambiente que eles estavam inseridos poderia ser visto/interpretado de outra forma, por outra ótica. É exatamente essa a proposta contida no “O Livro da Bruxa”, um convite ao leitor para analisar todas as situações vividas, principalmente aquelas mais corriqueiras, que muitas das vezes deixamos passá-las despercebidas.

Dados Técnicos

Nome do Livro: O Livro da Bruxa
Autor: Roberto Lopes
Número de páginas: 128
Formato: 13,5 x 20,8 cm
ISBN: 978-8500-023-231
Editora: Ediouro

quinta-feira, 19 de março de 2009

Da Vida dos Pássaros

Para quem viveu na época do “sexo, amor e drogas” promovida nos anos 60 e 70, o livro “Da Vida dos Pássaros” promete trazer muito saudosismo dessa fase onde havia a possibilidade de viver o amor e o sexo sem se preocupar com os males modernos que encravou o fim de tal era. Sou fruto dos anos 80, nasci em meio à poda sexual, sendo sustentada pela “ira de Deus” sobre um povo que se esqueceu dos seus princípios. Já experimentei sexo, amor e drogas, porém não os três juntos, isso foi privilégio de uma geração atrás que hoje diz que eles sim sabiam viver. Também tenho saudades de um tempo que não vivi. Quem não quer viver a liberdade numa época de tanto moralismo? Mas posso vive-lo por intermédio da maravilhosa obra de Alexandre Ribondi, recém lançada pelas Edições GLS.

Da Vida dos Pássaros conta a história de Alexandre, um brasileiro que parte de Brasília com uma mochila nas costas com o sonho de desbravar a América do Sul de Che Chevara e Simón Bolívar, em Lima, Alexandre tem a sua vida cruzada com a vida de Michael, um norte-americano, filho de um rico empresário do setor petroleiro e com o sonho de viver na América do Sul sendo sustentado pelo tráfico de drogas. Juntos eles descobrem os mistérios da sexualidade, porém em suas vidas surge Pilarsita, que juntamente com Michel disputará o amor de Alexandre, envolvendo-os num triângulo que deixará o coração de Alexandre dividido.

Em meio a uma história de ficção, que nos leva a acreditar ser um trabalho de autobiografia por conta da exatidão dos acontecimentos políticos citados, o autor nos leva a uma história emocionante e surpreendente, um verdadeiro convite aos descrentes no amor repensarem seus posicionamentos. A história de Alexandre e Michel poderia ser a história de qualquer um de nos, pois são duas pessoas com posicionamentos diferentes que dividem as suas vidas e é nesse ponto que nasce o amor mais genuíno que possa existir, o amor da aceitação e do desapego, um amor sem cobranças e livre como a vida dos pássaros que vão morrer no Peru.

Dados Técnicos

Nome do Livro: Da vida dos Pássaros
Autor: Alexandre Ribondi
Número de páginas: 184
Formato: 14 x 21
ISBN: 9788586755507
Edições GLS
Preço: R$ 39,90

quarta-feira, 18 de março de 2009

Milk – A Voz da Igualdade

Na quarta-feira de cinzas, assisti ao filme “Milk – A Voz da Igualdade” de Gus Van Sant, com o extraordinário Sean Penn no papel de Harvey Milk. São poucos os filmes que emocionam o Douglas e eu, mas no filme de Sean Penn fica difícil conter as lagrimas em meio a tanta homofobia e injustiça que existiu e ainda existe em nossa sociedade. Eu já sou um pouco frio para filmes, porém não posso deixar de assumir que fui tocado por Milk.

O filme conta a história de um gay cansado de se esconder de si próprio, Harvey abandona o seu bem remunerado emprego em Wall Street e decide "sair do armário", mudando-se para o distrito Castro em São Francisco com o seu amante de longa data, Scott Smith. Na comunidade colorida de Castro, pequenas vitórias conduzem a outras maiores e Harvey ao falar abertamente para uma maioria silenciosa, acaba por ser o primeiro politico assumidamente homossexual a ganhar umas eleições. Quando Harvey Milk foi assassinado em 1978, o mundo perdeu um dos seus líderes mais visionários e uma voz que se elevou corajosamente pela igualdade de direitos.

No Movimento Gay Brasileiro faltam muitos Milks. Pessoas que estão realmente apaixonados pela causa, pelo social, militantes que se importam com a vida que quem os rodeia. Creio que a história de Milk servirá de inspiração para muitos militantes ao redor do Mundo, e pode ser que surge uma nova leva de militantes realmente comprometidos.

terça-feira, 17 de março de 2009

Benjamin & Nicolau

O livro Benjamin & Nicolau conta a história de dois jovens que vivem na cidade de Joana D’arc. A cidade foi fundada para ser um refugio do mundo não cristão, e a grande missão do padre da cidade é proteger o povo de todos os pecadores que por ventura venha contaminar a cidade. Quando os cidadãos não iam de acordo com as normas estabelecidas pela igreja, eles eram severamente punidos. Foi nessa cidade que nasceu Benjamin & Nicolau.

No capitulo que retrata o ano de 1985 o autor narra a primeira entrega ao amor, prazer e excitação das personagens. Numa narrativa que faz valer o livro inteiro, Benjamin e Nicolau entregam completamente ao desejo acumulado durante anos por conta dos seus preconceitos e dos preconceitos de quem os rodeavam. O autor não usa nenhum tipo de pontuação nesse trecho do livro, dando ao texto uma vida própria conduzida pelo próprio leitor.

Questões amplamente abordadas pela comunidade gay, como: o preconceito familiar, a pressão religiosa, a homofobia internalizada e social, são os grandes chavões da obra. A história é uma maravilhosa lição de vida, mostrando que quando há amor, ela supera tudo, inclusive o tempo. É um livro envolvendo, uma história bem estruturada, porém, com pouca narrativa.

Dados Técnicos

Nome do Livro: Benjamin & Nicolau
Autor: Warley Matias de Souza
Número de páginas: 96
Formato: 14 x 21
ISBN: 9788578280635
Editora Protexto
Preço: R$ 24,00
Contato com a autor: warleymsouza@gmail.com

segunda-feira, 16 de março de 2009

Uma Luz para Davi

O primeiro romance da escritora Marli Porto trata a homossexualidade de uma forma bem diferente dos famosos romances com temática LGBT. No livro, a autora conta a história em 3º pessoa, e com maestria aborda questões sentimentais de todas as personagens. Davi é um garoto sofrido, sozinho no Mundo e que não consegue ver a sua felicidade passando toda suas infância e adolescentes num orfanato. Ele parte em busca de sonhos, em busca da liberdade que o orfanato lhe tirava.

Fora do orfanato, Davi encontra-se com Henrique, que ao contrario de Davi, tem os seus sentimentos e desejos muito bem definidos. Henrique ama Davi de uma forma sexual, o que nos dá margem para refletirmos sobre os princípios de legalidade sobre a pedofilia, o papel das drogas na sociedade, e conflitos familiares. Davi se recusa viver esse amor e resolve partir, porém não tem como fugir dos sentimentos, dos laços que ficam estabelecidos no coração. Depois de felicidades, amores, tristezas e tragédias, a vida volta a colocá-los frente a frente.

O livro é um ótimo apoio para refletirmos sobre as mascaras que usamos na sociedade, os papeis que interpretamos em nossas vidas. Henrique é um homem temido pela sociedade, porém se sente impotente diante de um garoto indefeso, aceitando viver um amor segundo o tempo e as regras estipuladas pelo menino.

Além da riqueza de detalhes e a profundidades dos sentimentos narrados, outro ponto forte da obra é a localização de espaço e tempo. A autora cita pontos conhecidos em São Paulo e tem o cuidado de citar o tempo aproximado que levariam algumas viagens citadas abordadas no livro. Com um desfecho surpreendente, a narrativa marcará para sempre o coração dos seus leitores, nos levando a refletir, sobre as escolhas do amor e o rumo das nossas vidas em conseqüência das mesmas. Amar não dói o que dói e a insignificância que somos submetidos em meio de um sentimento tão nobre.

Dados Técnicos"

Nome do Livro: Uma Luz para Davi
Autora: Marli Porto
Número de páginas: 248
Formato: 14 x 21
ISBN: 85-366-0744-0
Scortecci Editora
Preço: R$ 35,00 nas livrarias e R$ 25,00 com a autora
Contato com a autora: marli@ube.org.br

domingo, 15 de março de 2009

Morria Tim Maia...

Sebastião Rodrigues Maia nasceu no Rio de Janeiro RJ em 28 de Setembro de 1942. Penúltimo de 19 irmãos, aos oito anos já compunha suas primeiras musicas. Sua carreira no Brasil fortaleceu-se a partir de 1969, quando gravou um compacto simples pela Fermata com “These are the Songs” (regravada no ano seguinte por Elis Regina em duo com ele, e incluída no LP “Em pleno verão”, de Elis) e “What You Want to Bet”. Em 1970 gravou seu primeiro LP, Tim Maia, na Polygram, que permaneceu em primeiro lugar no Rio de Janeiro por 24 semanas, com sucessos como Coronel Antônio Bento (Luís Wanderley e João do Vale), Primavera (Cassiano) e Azul da cor do mar. Com seu eterno bom humor e senso crítico, ele definiria mais tarde sua fórmula infalível. “Metade de minhas músicas é esquenta-sovaco e metade mela-cueca”.

Em determinados momentos da vida chegava a beber três garrafas de uísque por dia, além de usar maconha e cocaína. Em suas relações profissionais colecionou desafetos e processos trabalhistas - de músicos contra ele e dele contra gravadoras -, além de renegar publicamente antigas amizades, ameaçar críticos e faltar a shows. Passou anos sem se apresentar na Rede Globo e acusava o todo-poderoso da emissora, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, de ser o culpado pelo boicote. Outro conhecido inimigo ele denominava ETA, “Exploradores do Talento Alheio”, formado por empresários e donos de casas de espetáculos.

Em sua eterna ironia, ele se definiu com uma frase que entraria para a História: “Não fumo, não bebo e não cheiro. Meu único defeito é que minto um pouco”. Durante a gravação de um show para a TV sentiu-se mal, vindo a falecer em 15 de Março de 1998 em Niterói, após internação hospitalar em razão de infecção generalizada.